Do Isto É Dinheiro - O carro elétrico é apontado como o futuro do automóvel, mas existem alguns pontos a serem levados em consideração na hora de optar por este tipo de veículo, que recebe cada vez mais atenção do consumidor brasileiro.
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Segundo números da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), os carros do tipo BEV (Battery Electric Vehicle), que são impulsionados pela energia armazenada em bateria, alcançaram o número de 7.563 unidades vendidas entre janeiro e novembro de 2022. Somente no último mês, foram 727 carros comercializados, aumento superior a 67% na comparação com o mesmo mês de 2021.
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Mas quem for optar por um carro elétrico deve atentar a alguns detalhes.
1 – Melhor para o meio ambiente? Nem tanto
Costuma-se dizer que os carros elétricos são melhores para o meio ambiente por ser um veículo limpo, que não emite CO2. Isso pode ser verdade com o carro elétrico pronto para rodar, mas um estudo da Volvo mostrou que durante o ciclo de vida de um carro, o veículo elétrico produz mais de 60% de CO2 na comparação com um modelo a combustão.
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A análise levou em consideração desde a extração da matéria-prima para a construção do carro, passando pelo método de produção, logística, ciclo de utilização de 200 mil km e o descarte do lixo e resíduos produzidos.
2 – Investimento maior
Uma das vantagens do carro elétrico é o seu baixo custo por quilômetro rodado, que chega a ser 70% menor do que em um veículo a combustão.
Mas para usufruir dessa economia é necessário um investimento maior. Um exemplo disso é o Renault Kwid, existente na versão à combustão e também na elétrica. Enquanto o modelo que pode ser abastecido com gasolina ou etanol custa a partir de R$ 66.590, a versão elétrica E-Tech parte de R$ 146.990, preço 120% maior.
É possível carregar a bateria do carro numa tomada normal, mas o processo levará muito tempo, por isso ter um carregador do tipo Wallbox é importante. O custo desse equipamento fica entre R$ 3 mil e R$ 15 mil instalado, dependendo do modelo e da potência.
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A instalação desses equipamentos só devem ser realizados por profissionais e incluem dispositivos que protegem contra choques causados por vazamentos de corrente e contra surtos atmosféricos (raios). “Para se instalar um carregador de veículo elétrico, existem normas da ABNT a serem seguidas para máxima segurança. E elas implicam a instalação de DR e DPS, além do disjuntor”, explicou Rodrigo de Almeida, CRO da Easy Volt Brasil.
3 – Muito planejamento para viajar
Pegar a estrada com um carro elétrico talvez se torne a maior mudança que a pessoa enfrentará ao optar por este tipo de veículo. Se no carro a combustão existe grande oferta de postos combustíveis que enchem o tanque do carro em minutos, no caso do elétrico existem poucos pontos de recarga em rodovias e ela leva mais tempo, o que exige mais planejamento e paciência do usuário.
Hoje já é possível realizar viagens entre São Paulo e Curitiba, e incluir uma parada para recarga da bateria no caminho, e aproveitar esse momento para comer um lanche enquanto seu carro ganha autonomia. Ah, e torcer para não ter outro elétrico ocupando o carregador, já que esses locais acabam sendo muito disputados por esse tipo de veículo.
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“As viagens exigem um planejamento devido à pouca infraestrutura de recarga nas estradas. Por isso, o usuário pode ter que pernoitar em algum hotel que forneça uma tomada caso precise fazer um itinerário que seja superior à autonomia do veículo”, disse Almeida.
4 – Custo de reparo pode ser elevado
Quem precisar recorrer a uma oficina devido a um problema em seu carro elétrico também deve se preparar para o preço mais “salgado” em relação a um carro combustão.
Igor Fatel, gerente da K2 Imports, oficina especializada em carros híbridos e elétricos localizada na cidade de São Paulo, explica. “Acaba sendo um pouco mais caro sim, por dois aspectos. Um deles é que algumas peças são mais caras, como a bateria que custa em torno de R$ 7 mil, com modelos cujo item chega até a R$ 15 mil. E outro é a especialização exigida para o reparo nesses carros, o que leva a ter poucos reparadores especializados em veículos elétricos e eleva o custo da mão de obra”, explicou.
Mas Fatel faz uma ressalva. “A grande maioria dos carros que atendemos são produzidos entre 2012 e 2015, enquanto o restante são veículos que não tiveram uma manutenção preventiva correta feita por seus proprietários, como a verificação de refrigeração e isolamento das baterias. Com a manutenção preventiva sendo realizada nos prazos e maneira correta, os elétricos novos dão poucos problemas”, relatou.
Uma dúvida muito comum em relação ao carro elétrico, principalmente no Brasil, onde chove muito no verão e as vias costumam ficar alagadas: o carro elétrico é seguro debaixo de chuva? “Sim, totalmente seguro andar com elétrico na chuva. Já em relação a alagamentos, não é aconselhável colocar veículo nenhum em vias alagadas, seja a combustão ou elétrico. O carro elétrico pode ter problemas, como um carro, moto ou caminhão a combustão. Mas se o temor é de choque elétrico, pode ficar tranquilo que isso não ocorre”, esclareceu Igor.