Da CNN - Uma jovem brasileira usou seu perfil no TikTok para relatar uma situação que viveu após frequentar uma academia de ginástica. Ela contou que estava com a imunidade baixa após uma infecção urinária. Após retornar aos treinos, começou a ver em seu corpo o surgimento de pequenas bolinhas.
- CONTINUE DEPOIS DA PUBLICIDADE -
“Achei que fosse uma alergia. Começou com umas bolinhas esporádicas e bem tímidas. E elas coçavam muito. Ao longo do dia, a quantidade de bolinhas aumentou e aí eu me assustei. Coçava de uma forma inexplicável. Fui em uma farmácia e tomei uma injeção de antialérgico. Não adiantou, foi a mesma coisa que água”, relata a jovem, identificada como Cintia Lima.
- CONTINUE DEPOIS DA PUBLICIDADE -
Ao explicar a situação para uma médica, Cintia descobriu que aquilo se tratava de uma infecção de pele, e não uma alergia. Àquela altura, no terceiro dia desde o surgimento dos sintomas, as bolinhas também já tinham aparecido nas costas, nádegas e braços.
Segundo ela, a médica alergista perguntou se ela se deitou em algum lugar. “Só se foi na academia, pensei, pois foi o único lugar que fui depois que cheguei de viagem e me lembrei do colchonete podre que me deitei para fazer abdominal. As bolinhas apareceram em maior quantidade dentro da perna. E eu tinha treinado perna dois dias antes, na cadeira adutora”, explica.
- CONTINUE DEPOIS DA PUBLICIDADE -
Leia também
Ela explicou que precisou usar dois antibióticos –uma em pomada e outro via oral–, além de um antialérgico. “Passei duas semanas sem conseguir levantar peso, porque o antibiótico baixa a sua imunidade. Fora o processo de cicatrização, que só ia ficando pior. Ganhei manchas na perna inteira e três semanas depois ainda tenho marcas para contar história”, diz.
Agora, Cintia está levando spray desinfetante e passando nos aparelhos antes de usar. Ao chegar em casa, vai direto tomar banho, sem sentar-se no sofá ou na cama. “Fica aí o alerta, tomem cuidado, limpem tudo.”
Pegar infecção na academia é comum?
Segundo a médica dermatologista Eduarda Porello, o caso de Cintia é a escabiose, popularmente chamada de sarna humana. Causada por um ácaro que infecta a camada mais superficial da pele, a doença é muito mais comum do que se imagina e não é algo exclusivo da academia. A doença pode ser adquirida após contato com uma pessoa infectada ou com uma superfície contaminada.
“Este ácaro vive fora da pele humana por até quatro dias. Por isso podemos pegar em locais nos quais nos deitamos ou encostamos, não necessariamente somente na academia. O que é importante citar é que este ácaro vive na roupa por alguns dias. Por isso, é imprescindível lavar as roupas e lençóis da cama durante o tratamento”, explica.
- CONTINUE DEPOIS DA PUBLICIDADE -
Sobre a imunidade baixa, Eduarda afirma que a infecção não tem relação direta com o sistema imunológico, uma vez que a escabiose é bastante comum e todo mundo pode pegar.
“O que acontece é que pacientes com imunidade baixa, ou que são imunodeprimidos –que têm alguma doença que suprima o sistema imunológico– podem ter uma forma grave, um quadro bem agressivo da sarna.”
Como prevenir
A médica afirma que uma opção para matar o ácaro é utilizando desinfetante em spray. Outra maneira é a lavagem com água e sabão, mas esta acaba sendo difícil de se fazer na academia.
- CONTINUE DEPOIS DA PUBLICIDADE -
“Por isso é importante lavar sempre todas as roupas. Se você se infectou e dormiu na cama, esse ácaro vai para o lençol. Daí a pessoa faz o tratamento –oral e tópico–, mas não faz a higiene da roupa de cama, e pode ficar se reinfectando. Mesmo tomando o remédio, o ácaro se mantém no ambiente. Começou o tratamento, pegue todas as roupas que usou nos últimos dias e lave com agua e sabão ou com água quente”, finaliza.