Se você é daqueles que adora se referir à carne malpassada do churrasco como “sangrando”, saiba que está usando a expressão de forma errada. O que escorre não é sangue – ou, pelo menos, não pode ser chamado de sangue, apesar de conter uma pequena parte dele.
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Trata-se de um líquido formado, principalmente, por uma proteína chamada mioglobina (responsável por deixar essa cor avermelhada) e água. Contém também outros nutrientes, entre eles, uma pequena parte de hemoglobina, proteína do sangue.
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O site G1 fez uma entrevista com médicos veterinários que elencaram alguns fatos que podem ajudar a entender como esse líquido se forma e por que ele é confundido com sangue. Veja a seguir.
O sangue do boi é retirado logo após o abate: uma das primeiras etapas da produção da carne é a sangria, um procedimento que acontece assim que o animal é abatido. Antes, ele é insensibilizado, ou seja, deixa de receber estímulos externos, uma norma que faz parte das regras de abate humanitário no Brasil.
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Depois, ele recebe um corte no pescoço para escoar o sangue. O que sai é reaproveitado nos abatedouros para fazer outros subprodutos da indústria animal, como a farinha de sangue, usada em rações.
Nesse processo, até 80% do sangue é retirado, mas há um resquício que continua nos órgãos e músculos, explica a médica veterinária Angélica Simone Cravo Pereira, professora do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP).