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Foto/Reprodução

Via Meio Norte - Já imaginou na sua rotina você ter: óleo de girassol nas orelhas, um ‘quarto’ privativo, ter segurança 24 horas e ainda banhos diários com xampu hipoalergênico?, pois bem, essa é a rotina de beleza de uma vaca brasileira, considerada a mais cara do mundo: a Viatina-19 FIV Mara Móveis, que está avaliada em quase R$ 21 milhões de reais.

Diante de tantos mimos, ela ainda também coleciona elogios. “É uma vaca muito bonita e feminina. Até quem não entende diz ‘nossa, que vaca linda’. A gente tem muito amor'”, diz Lorrany Martins Pereira de Morais, que é uma das criadoras do animal.

Já o médico veterinário da vaca, Cleiton Acelves Borges afirma que “Ela é encantadora. Conquista a gente todos os dias pela sua docilidade” E não é só a beleza que faz da Viatina ser tão especial. “Ela é um banco genético único, com grande capacidade de produção de carnes nobres.

O volume de carcaça dela é impressionante”, destaca ainda o seu médico. O alto seu valor está em seus óvulos, mais conhecidos como oócitos pelo setor, onde são coletados para os procedimentos de fertilização in vitro (em laboratório), chegando a gerar embriões para serem implantados em outras vacas. Devido a esse alto valor, Viatina recebe um tratamento de rainha no dia a dia.

A milionária Viatina-19 tem uma baia só para ela, onde ela passa as noites, tem as suas refeições e faz as suas necessidades. Porém, o local está sempre limpo, já que o serviço de limpeza é 24 horas. “Sempre tem alguém para tirar as fezes e limpar a palha de onde ela fica”, conta Lorrany. Apesar do ‘quarto’ privativo, a vaca de milhões não fica solitária. A sua baia dá acesso a uma área externa cercada, um piquete, onde ela pode tomar ‘solzinho’, pastar, se movimentar e socializar.

Banho com xampu especial

Ela também está sempre “bem limpinha e cheirosa”, afirma Lorrany. Viatina-19 toma banho todos os dias pela manhã, “para aproveitar o sol, evitar que ela passe frio”. Também é uma forma de os pelinhos dela secarem mais rápido. Ela utiliza um xampu que só pode ser hipoalergênico “para não gerar irritação” e não alterar o PH da sua pele, diz o veterinário Borges. Tem toda uma higienização e ainda a vaca tem os seus pelos aparados regularmente “para ficar tudo acertadinho”, acrescenta Lorrany.

Óleo nas orelhas

Quando a Viati na-19 vai para algum evento, ela faz todo um tratamento especial em sua pele, e especificamente um deles na região das orelhas. “A gente passa um óleo de girassol nas orelhas dela quando é dia de apresentação, quando tem visita na fazenda, quando tem exposição. É para dar brilho e evidenciar a beleza do pavilhão auricular”, conta Borges.

Segurança 24 horas

A vaca de milhões ainda é monitorada 24 horas através de câmeras instaladas na sua baia e por agentes privados da equipe de segurança da fazenda. “A porteira da baia, inclusive, tem uma proteção por sensor. Quando a gente tranca ela à noite, qualquer movimentação que abre a porteira, ativa o alarme da fazenda”, conta Lorrany. “Colocamos também proteção de tela na parte de fora da baia para não entrar nenhum tipo de bicho, como cobra, por exemplo. Nem sapo entra”, afirma Lorrany.

Por que é tão valiosa?

O médico veterinário da Viatina-19 diz que os três principais aspectos que fazem a genética da vaca ser muito valiosa é a beleza; a grande capacidade de produção de carnes nobres; aprumos de qualidade, seus membros (pernas) resistentes e bem formados, sem nenhum defeito. “A Viatina é um banco genético que permite produções com diferentes objetivos. Se você quiser produzir animais de pista, ela vai oferecer toda essa beleza racial. Se quiser produzir carne ao consumidor, ela vai oferecer toda a qualidade de carne nobre”, afirmou Borges.

Para multiplicar a genética valiosa da Viatina-19, as empresas responsáveis pela vaca fazem 10 coletas de óvulos por ano, procedimento conhecido como “aspiração”. “Por cada sessão, pode recolher 80 óvulos, que são levados para laboratórios para serem fertilizados in vitro com o sêmen de um touro. Cada procedimento gera 10 prenhezes (gravidezes), o que dá 100 por ano, no total. Nesse processo, existe aborto, morte prematura. A gente chega a ter uma perda de 20% a 25% [dos bezerros]”, explicou Borges, que ainda afirma que, por ano, todo esse procedimento consegue gerar 70 animais.