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Bloqueios, buscas e apreensões: O fim dos programas caça-níqueis na TV do Brasil

Publicado em 11/09/2019 22:56

Foto/Reprodução


Do Na Telinha - No ar há vários anos pela BandRedeTV! e Rede Brasil, os famigerados caça-níqueis, programas idênticos mas com títulos distintos, tais como "Super Bônus", "Top Game" e "Game Phone", não fazem mais parte da televisão brasileira.

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Com a idoneidade questionada, atrações como essas vinham sendo alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público Federal desde 2015.

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O último programa foi o "Top Game", que deixou a grade da Rede Brasil no dia 1º de setembro, um domingo. Desde o dia 2, o contrato com a produtora G2P expirou e por decisão da emissora, não foi renovado.

O formato é sempre o mesmo. Um rosto bonito tenta persuadir o telespectador a ligar para o número que aparece na tela desembolsando cerca de R$ 5,99 por minuto para ganhar "prêmios incríveis". Geralmente, o desafio era encontrar algum tipo de erro na imagem mostrada.

Antes de entrar no ar, o telespectador tinha que passar por uma espécie de "concurso cultural" com perguntas relativamente simples. "Fernando Collor sofreu impeachment em 2016: verdadeiro ou falso?" ou "o gato é um felino?", dentre outras perguntas deste tipo. A busca era para quem estivesse em casa não desanimasse e acumulasse pontos no objetivo de falar ao vivo na TV e abocanhar o prêmio maior.

O fim de uma era

Acontece que esse tipo de programa não existe mais. Na Band, a maior vitrine, por exemplo, está fora desde o início de 2018.

Youtuber relevante por combater esse tipo de formato  desde 2017, Rogério Betin comemora o fim dos call TV. "Me sinto muito feliz e aliviado que minha luta foi válida. Soube que depois das minhas denúncias, o faturamento desses programas despencaram, e não conseguiram mais pagar por bons horários nas maiores emissoras de TV", declarou ele ao NaTelinha.

Em seu canal no YouTube, Betin mostrou processos contra a produtora do "Top Game" (G2PTV), que teve bens penhorados na Justiça.

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Em um dos processos mostrados pelo youtuber, até mesmo o juiz utilizou o termo "ludibriar" para dar ganho de causa a um participante. "Nesse sentido, em vista a conduta reiterada da ré em ludibriar os seus participantes, somado ao constrangimento vivido pela autora, mister se faz a indenização por danos morais", diz a sentença.

Nem mesmo a decisão obrigando a G2PTV a pagar os prêmios, ela o fez. Uma busca financeira foi realizada, utilizando os sistemas Bacenjud e Renajud, e a quantia encontrada foi de 0 reais. Trocando em miúdos, a produtora limpou as contas e o juiz não conseguiu pagar a quantia devida.


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