Na noite de ontem, a atriz Cleo Pires voltou a falar sobre sua compulsão alimentar em entrevista à TV Globo. A artista, que diz ter engordado 20kg nos últimos anos, desabafou sobre os ataques gordofóbicos que ainda sofre nas redes sociais. De acordo com ela, a violência foi o gatilho para o transtorno que prejudica sua saúde física e mental. As informações são do IG.
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"Tinha vergonha de aparecer nos lugares. Aí, você fica mais compulsiva ainda, aí você come mais ainda, você perde o controle das suas emoções... parece um pesadelo" contou a global, que diz ter chegado a fazer uso de remédios para emagrecer , mas descontinuou o uso por causa dos efeitos colaterais.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o transtorno que atinge Cléo afeta cerca de 2,6% da população mundial. No Brasil, porém, a taxa é duas vezes maior do que a média global: 4,7%.
Também é importante destacar que a compulsão alimentar , caracterizada pelo descontrole sobre a comida, pode afetar pessoas de qualquer idade, magras ou gordas. Em geral, a doença costuma estar aliada a outros transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão.
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Em entrevista prévia ao iG, a especialista em obesidade Claudia Bernardi explica que a compulsão é uma perda de controle da parte mais racional do cérebro, que termina fazendo com que a comida seja vista como uma maneira de compensar problemas. "o cérebro é formado por dois sistemas: o emocional e o racional. Muitas vezes, é preciso desenvolver o sistema racional para ficarmos no controle alimentar, pois, em casos de compulsão, ele está improdutivo em relação ao sistema emocional”, diz
Para Bernardi, casos com o de Cléo - nos quais a pressão para emagrecer contribui para a compulsão - são comuns. “Se a pessoa colocar na cabeça que terá que viver em uma dieta eterna para se manter no peso ideal, seu sistema emocional vai aparecer, dificultando o processo. Uma dica é planejar o emagrecimento e entender que será um passo de cada vez, um dia após o outro.”
E o que fazer para controlar a compulsão por comida?
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De acordo com a especialista, existem algumas dicas que podem ajudar na compulsão, embora a visita a um nutricionista e acompanhamento psicológico sejam indispensáveis na maioria dos casos. As dicas são:
- Não entenda a dieta como algo eterno
Enxergar a dieta como um sacrifício não ajuda em nada. E quando esse “sacrifício” surge como algo que será feito para o resto da sua vida, ela se torna um monstro. Saber equilibrar a rigidez na alimentação e fazer as pazes com a comida é o primeiro passo para mudar o olhar sobre ela.
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- Descubra a origem da sua fome
O mais importante na hora de redefinir a relação com a alimentação é descobrir o que conduz ao desejo por comida : é fome ou vontade comer? Para que a resposta seja mais fácil, é importante fazer essa pergunta e refletir sobre ela sempre que possível.
- Redefina o piloto automático
Pode não parecer, mas muitas das nossas escolhas alimentares são um condicionamento automático do cérebro, que surgiu após anos de “treinamento”. A especialista reforça que buscar as escolhas conscientes podem ajudar a tratar o “vício” do cérebro e, assim, a compulsão alimentar.