Do Noticias da TV - Sucesso de audiência na TV Senado e nos canais de notícia, a CPI da Covid também domina os assuntos nas redes sociais brasileiras em dias de depoimentos. Um dos fenômenos curiosos da Comissão é o da ex-atriz pornô Mia Khalifa.
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O nome da jovem de 28 anos rapidamente aparece entre os assuntos mais comentados do Twitter durante os discursos do senador Luís Carlos Heinze. Mas por qual motivo? O político, que pertence à chamada “tropa de choque” do governo Jair Bolsonaro na CPI, é um dos defensores da cloroquina no tratamento contra a Covid-19.
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Para sustentar seus argumentos, o senador do Rio Grande do Sul tenta desacreditar estudos publicados em revistas científicas. Um dos casos preferidos de Heinze é o da empresa Surgisphere, que virou alvo de uma reportagem do jornal inglês The Guardian, em junho de 2020.
Em um trabalho investigativo, a publicação descobriu que essa companhia forneceu dados para estudos científicos publicados nas revistas The Lancet e New England Journal of Medicine. Essa empresa conduziu uma das pesquisas que concluiu que a cloroquina e a hidroxicloroquina não apresentavam benefícios no tratamento da Covid-19.
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O problema é que a companhia tinha características de ser de fachada, sem transparência de dados e apresentava inconsistência nos levantamentos. Além disso, a Surgisphere tinha como uma das executivas uma atriz pornô (que não foi identificada). Heinze já falou sobre essa reportagem em algumas ocasiões na CPI, uma delas em 25 de maio. Nesse contexto é que aparece o nome de Mia Khalifa.
Os internautas associaram, de maneira equivocada, o discurso do senador Heinze sobre essa estrela desconhecida de filmes adultos com uma fake news que envolve a ex-atriz pornô. Na notícia falsa, amplamente divulgada nas redes sociais, Mia aparece usando óculos e vestida com uma roupa branca.
Ela é identificada como Marcela Pereira, uma “médica infectologista” que está “conduzindo um estudo em larga escala do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, com resultados muito animadores, mas que não serão divulgados por Globo e Band, compradas pelos comunistas chineses”. Ou seja, a fake news da Mia Khalifa médica e a citação de Luís Carlos Heinze são casos diferentes, mas que viraram um só no balaio dos comentários da CPI nas redes sociais.
Até o senador Randolfe Rodrigues, que é vice-presidente da Comissão, entrou na brincadeira. “Pessoal, estava refletindo aqui. Se continuar como está, considero inevitável ter que convocar a Mia Khalifa para a CPI!”, brincou ele. “Senador, posso ser o relator da CPI nesse dia?”, questionou um seguidor. “Vai ter que ver com o Renan Calheiros”, rebateu o político.
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A própria atriz, que nasceu no Líbano e passou a morar nos Estados Unidos em 2000, fez tuítes para os brasileiros sobre essa ligação improvável com a CPI da Covid. “Eu não sei quem precisa ouvir isso, mas eu não sou uma médica, então não aceite conselhos médicos de memes falsos meus que você encontrou no WhatsApp. Tchau”, escreveu ela, que fez outra publicação. “Se você já se sentiu mal com você mesmo, basta lembrar que pelo menos você não é o senador brasileiro que colocou Mia Khalifa na tendência da política do país”, brincou.
Na quarta-feira 2, ela compartilhou um meme da página do Sensacionalista, que dizia que Mia Khalifa entraria com uma medida restritiva contra o senador Heinze. Atualmente com 24,2 milhões de seguidores no Instagram e 3,7 milhões de fãs no Twitter, a atriz ficou conhecida como um fenômeno da indústria pornográfica ao fazer 11 filmes entre 2014 e 2015. Ela chegou a ser a pessoa mais procurada no site adulto PornHub.
No entanto, mesmo com um contrato assinado com uma produtora, Mia Khalifa desistiu dos filmes adultos e passou a desencorajar quem deseja se aventurar nesse ramo. Depois de trabalhar como assistente jurídica, contadora e comentarista esportiva, ela tem se dedicado à carreira de influenciadora digital.
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