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Mpox: sintomas e cuidados para se proteger da doença após OMS decretar emergência global

Publicado em 15/08/2024 20:15

Foto/Reproducao


De O Tempo -  A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (14), emergência global de saúde para a mpox. Entre janeiro de 2022 e junho deste ano, a entidade registrou quase 100 mil diagnósticos em 116 países, além de 208 mortes. No Brasil, foram contabilizados 709 casos só neste ano e 16 óbitos. 

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Posto o cenário atual, o que significa a decisão da OMS? O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), Renato Kfouri, explica que trata-se de precaução da entidade, principalmente porque em 2022 a mox, à época chamada de varíola do macaco, já foi classificada como emergência global. 

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“É um estado de alerta para que todos os países estejam atentos a essas possibilidades de disseminação. É no sentido de colocar os recursos para a produção de vacinas que já existem, para a produção de medicamentos que já existem, antivirais específicos e mesmo de testes diagnósticos. Que tudo seja mais facilitado para um eventual enfrentamento de uma disseminação maior do vírus em todo o planeta, que caracterizaria, portanto, uma pandemia”, detalhou Kfouri. 

O médico explica que a transmissão da mpox não é tão simples como a da Covid-19, por exemplo, mesmo com o surgimento de um novo clado - semelhante à variante - no Congo. O país africano inclusive concentra a maior parte dos casos e mortes deste ano no mundo. “Embora de transmissão razoavelmente não tão fácil, ou seja, precisa de um contato mais íntimo, pele com pele, ou até por via respiratória, é uma doença que pode adquirir uma transmissão mais sustentada”, explicou Kfouri. 

Um dos cenários de maior vulnerabilidade à mpox, conforme o médico, é durante as relações s€xuais. “A transmissão s€xual é uma forma importante de transmissão e, portanto, a população deve continuar com os mesmos cuidados que a gente tem aqui no Brasil. Se há algum quadro febril agudo, vesículas pelo corpo na região dos genitais ou não, gânglios (edemas) na palma das mãos e pode ter essas lesões nos braços, na cabeça, deve-se procurar um serviço de emergência e fazer o teste diagnóstico. Hoje a gente tem como diagnosticar com certeza se trata da mpox ou não”, ilustrou o médico. 

Pode virar pandemia? 

A última doença que teve um decreto de emergência global pela OMS foi a Covid-19. Mas, para Renato Kfouri, há diferenças entre as enfermidades. “Não há ainda registro de casos aumentados em outras regiões que não seja na África Central. Esse novo tipo do vírus já vem circulando nessa região e já está ganhando outros países da região da África Central, então a possibilidade de transmissão para fora do continente cresce”, exemplificou o vice-presidente da SBim. 

Um ponto favorável ao controle da mpox, de acordo com o médico, é a existência de testes diagnósticos e vacinas, o que não ocorria com a Covid-19 nos primeiros registros da doença em 2019 e 2020.

“No Brasil mesmo a gente tem, o governo já comprou a vacina contra a mpox. Foram utilizadas até o vencimento algumas milhares de doses entre aqueles que convivem com vírus HIV, portadores do HIV e AIDS, para funcionários de laboratório que manipulam o vírus e para pessoas que foram expostas ao vírus. A vacina funciona, portanto, para uma prevenção pós-exposição. Por exemplo: se eu entrei em contato com alguém com mpox, eu posso após o contato me vacinar e acabar me protegendo também.”, sublinhou o especialista. 


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