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Pelé: entenda o que é o câncer de cólon, doença que o ex-jogador tinha
Rei do futebol morreu aos 82 anos em São Paulo. O Atleta do Século estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro.

Publicado em 30/12/2022 12:14

Foto/Reprodução


Do G1 - O câncer de cólon, doença que o ex-jogador Pelé tinha, é um dos três tumores malignos mais frequentes no Brasil. O atleta morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, em São Paulo, e estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 28 de novembro.

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  • O câncer de cólon e reto responde por cerca de 10% de todos os casos da doença no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A estimativa é que mais de 40 mil pessoas tenham sido diagnosticadas somente neste ano.
  • Entre os homens, fica atrás apenas do câncer de próstata; entre as mulheres, atrás somente do câncer de mama feminina.
  • O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus, e também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.
  • A doença é tratável e, na maior parte dos casos, curável se detectada em estágio inicial, antes de se alastrar para outros órgãos.

Causas

  • A maioria dos casos não tem causa conhecida, segundo o Inca.
  • A incidência, no entanto, é maior em quem tem excesso de gordura corporal; consome acima da quantidade recomendada carnes vermelhas (vaca, porco ou cordeiro) e carnes processadas (bacon, presunto, mortadela, salame, peito de peru, salsicha, linguiça); tem alimentação pobre em fibras; e é fumante ou consome bebida alcoólica.
  • Histórico pessoal ou familiar que aponte presença de pólipos (lesões benignas) e doenças inflamatórias intestinais também aumentam as chances do aparecimento desse tipo de tumor.

Risco aumenta a partir dos 50 anos

O Inca informa que a maior parte casos de câncer de cólon e reto "se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso".

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Segundo a oncologista Renata D'Alpino, líder da especialidade de tumores gastrointestinais e neuroendócrinos do Grupo Oncoclínicas, esses pólipos que crescem na parede interna do órgão podem se tornar malignos quando não são identificados.

“Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida”, explica a médica ao g1.

 

Segundo ela, no entanto, os diagnósticos vêm crescendo também entre os mais jovens.

Sintomas

  • A presença de sangue nas fezes, a alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados) e dores ou desconfortos abdominais estão entre os sintomas listados pelo Inca.
  • Outros sinais de alerta são fraqueza, anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes (que passam a ser mais finas e compridas) e a formação de massas abdominais.

Diagnóstico

  • A principal forma de diagnóstico é, segundo a oncologista Renata D’Alpino, pelo exame de colonoscopia.
  • O exame é feito a partir da inserção no intestino de um aparelho chamado colonoscópio, que conta com uma câmera na ponta. A máquina faz imagens que revelam se houver possíveis alterações.
  • Também existem exames de rastreamento, como o de sangue oculto de fezes, que podem ser feitos em pessoas de 50 a 75 anos de idade, mesmo que não apresentem sintomas.
  • Caso o câncer colorretal seja diagnosticado, o especialista irá avaliar o estágio do tumor e classificá-lo, indicando se há ou não o comprometimento de outros órgãos.

Segundo D’Alpino, é preciso atenção e cuidado diante do aparecimento de sintomas, já que muitas vezes o tumor só é descoberto tardiamente, após o aparecimento de sinais mais severos, como anemia e fraqueza.

 

“Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorroidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados”, diz a médica.


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