Do g1 - Um surto de botulismo foi registrado na Bahia, com duas mortes confirmadas no estado na última semana. Ao todo, foram seis casos em três cidades: Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas, todas na região norte. Nesta quarta-feira (25), a Sesab esclareceu que o caso confirmado em Cícero Dantas foi notificado em Ribeira do Pombal, município na mesma área.
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A doença é grave, com alta letalidade, rara e não contagiosa. Ela é causada pela ação de uma forte toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
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Dos seis pacientes com diagnóstico de botulismo, quatro ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas — a marca dos produtos não foi divulgada. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) investiga se o alimento tem relação com o surto.
Os dois primeiros casos foram revelados no dia 17 de setembro, em Campo Formoso, e o mais recente nesta quarta-feira (25), em Cícero Dantas. Segundo a Sesab, os casos suspeitos vinham sendo investigados desde agosto. De acordo com o órgão, neste ano foram notificados quatro casos a mais do que em todo o ano de 2023, quando houve dois registros.
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Por que é considerado um surto?
A TV Bahia conversou com a médica infectologista Clarissa Cerqueira para esclarecer o status de surto na Bahia e a relação da doença com o consumo de mortadela de frango. De acordo com a profissional, o número de ocorrências foge do padrão.
“Se no ano passado foram dois casos e, nesse curto período de tempo, a gente já tem cinco casos confirmados, isso é mais do que o dobro do esperado. Então, a gente já considera um surto. Além disso, foi em uma área geográfica delimitada, outro fator que faz acender o alerta sobre a questão”, explica a médica.
O sexto caso foi confirmado após a entrevista com a infectologista. Em pronunciamento, a Sesab informou que, antes desse surto, a última morte por botulismo na Bahia havia sido registrada em 2007.
Por que é uma doença grave?
Ainda segundo Clarissa Cerqueira, a doença provoca paralisia muscular. O processo de paralisação começa de cima para baixo. Ou seja, vai comprometendo primeiro a área da face e olhos, provocando problemas como:
- visão turva;
- queda das pálpebras;
- flacidez da musculatura do rosto;;
- dificuldade para engolir.
Como prevenir?
A melhor prevenção está nos cuidados com o preparo, consumo, distribuição, comercialização de alimentos e, claro, na higiene dos alimentos e das mãos. Confira recomendações dos órgãos de saúde
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- Lavagem e desinfecção de superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos
- Tratamento da água para consumo (filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar)
- Evitar a ingestão de alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas ou amassadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e na aparência
- Evitar produtos de origem desconhecida ou clandestinos
- Lavar sempre as mãos
- Orientar como conservar o alimento em geladeira, não deixá-lo à temperatura ambiente e sempre reaquecer as sobras alimentares
- Ferver o alimento por pelo menos 10 minutos para a inativação da toxina