Brasil
Mulher morre após tomar choque na mesa de buffet quando iria almoçar em padaria
De acordo com Beatriz, o gerente da padaria tirou sarro da morte de Nathália e disse que a não socorreu porque ela era gorda
Publicado em 22/01/2024 11:09
Do DIA - Familiares e amigos da operadora de caixa Nathália Ribeiro de Oliveira Luciano, de 34 anos, realizaram um protesto, neste domingo (21), na frente da Padaria Lamego, antiga Padaria Verão Vermelho, no Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio, após a mulher morrer depois de sofrer uma descarga elétrica na mesa de buffet do estabelecimento. De acordo com a família, o gerente do local encobriu a morte como se fosse um mal súbito e fez com que a loja continuasse funcionando, mesmo com a vítima já em óbito.
Nathália morreu na tarde de sexta-feira (19) após ir à padaria, localizada na Estrada Adhebar Bebiano, junto com amigas de trabalho para almoçar. Ao DIA, Beatriz Luciano, prima da vítima, contou que, ao chegar na mesa do buffet, a mulher tomou um choque e caiu no chão já sem vida. A familiar ressaltou que o gerente do local pediu que os funcionários limpassem o sangue da sua prima para que o estabelecimento voltasse a funcionar normalmente.
"Ao se servir, ela recebeu uma descarga elétrica, caiu na mesma hora e veio a óbito. O estabelecimento continuou funcionando normalmente mesmo com ela caída. Temos vídeos que mostram uma funcionária verificando o pulso dela e ela fala que não tem mais, que a Nathália não tinha mais pulsação e que ela não estava conseguindo achar. Após ela ser retirada de lá, a ordem do gerente foi que limpasse o sangue dela que ficou e a padaria continuou normalmente pelo resto do dia. Eles estão postando e estão alegando para todos os outros clientes que continuam frequentando lá que eles não tem nenhuma responsabilidade pelo acontecimento, que a causa foi morte súbita, porém não foi. A minha prima já saiu de lá sem vida", contou.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada para o local e levou o corpo da vítima para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte.
De acordo com Beatriz, o gerente da padaria tirou sarro da morte de Nathália e disse que a não socorreu porque ela era gorda. A prima da operadora de caixa ainda contou que recebeu apoio de ex-funcionários e outras pessoas que também relataram já terem sofrido descarga elétrica no estabelecimento.
"Ele [gerente] já saiu falando que eles não tem culpa, que a morte dela foi morte súbita. Ele é médico para falar que é morte súbita? Ele não tem que alegar nada. Além dele estar alegando isso para todo mundo que ele tem contato, ele não está dando nenhum tipo de apoio. Além de ter acontecido essa fatalidade, ele está tirando sarro disso. Como você fala para as pessoas que você não ajudou uma pessoa que sofreu um acidente no seu estabelecimento porque ela era gorda? Nós ficamos sabendo de pessoas que também sofreram acidentes nesse mesmo estabelecimento. Pessoas que levaram choques, mas leves. Por ter sido uma coisa leve, não procuraram os seus direitos. Ficamos sabendo que sim, tem problemas com energia lá há muito tempo. Tem uma ex-funcionária de lá que comentou em uma postagem minha dizendo que já tinha equipamentos dando choque. Já não vem de hoje. Só que infelizmente com a minha prima foi a primeira fatalidade", declarou.