Do site Seu Dinheiro - A menos que você viva numa bolha ou em outro planeta, com certeza ouvir falar sobre a Americanas (AMER3) nas últimas 24 horas. E não é porque o jingle do Big Brother Brasil grudou na sua cabeça ou porque está rolando uma promoção imperdível nas lojas — mas sim pelo rombo de R$ 20 bilhões nas suas contas, um valor ainda não auditado.
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Para ter uma ideia, o valor é maior que o patrimônio líquido da varejista no balanço referente ao terceiro trimestre de 2022, de quase R$ 15 bilhões.
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Diante de muitas dúvidas que ainda moram na cabeça do mercado, uma delas é bem específica e de interesse mais geral: há alguma chance de a Americanas quebrar?
Ainda é muito cedo para cravar uma resposta, e muita gente acha isso improvável. Porém, isso também não quer dizer que o caminho da varejista daqui para frente será fácil.
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O primeiro ponto a ser considerado é o fato de que a 3G — acionista de referência formada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — assumirá seu compromisso com o negócio e deve ser responsável pela capitalização necessária para a sobrevivência da companhia.
O trio já não controla mais a Americanas desde 2021, após uma reestruturação societária que reduziu a fatia do fundo de 53,3% para 29,2%. Mas, diante dos novos fatos, a tendência é que essa porção aumente e dilua os minoritários.
Americanas (AMER3): fazendo as contas
Nos cálculos do analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, a capitalização da varejista pode chegar a US$ 2 bilhões. O número considera os compromissos futuros e também o endividamento da empresa, que deve ser equacionado para um patamar de alavancagem de três vezes a dívida líquida sobre o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Vale lembrar que alguns empréstimos para empresas são feitos com garantias que exigem, por exemplo, um limite máximo para esse indicador — os chamados covenants.
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Essa regra pode afetar empréstimos já realizados.
"Caso haja o aumento dessa magnitude e caso não tenhamos nenhuma outra novidade que aumente essas inconsistências contábeis para R$ 25 bilhões, por exemplo, a empresa não quebrará", diz Ferrer.
Para Bruno Damiani, analista de varejo da Western Asset, também é difícil imaginar que uma empresa deste tamanho quebre. Mas, a partir de agora, esse tamanho todo está em xeque.
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"Ela não quebra, mas no futuro vai ser uma companhia muito menor do que é hoje. Para crescer, a empresa precisa investir. A Americanas já é um negócio de capital intensivo, então com essa notícia fica claro que ela vai passar alguns anos trabalhando apenas para quitar suas dívidas e sem fazer grandes investimentos", diz, reforçando que isso afeta diretamente quem detém ações da empresa.