Do Valor Investe - Tomar empréstimo não é ideal, mas também está longe de ser o fim do mundo. Segundo especialistas, pode até trazer vantagens. Ele pode ser usado para financiar negócios e projetos, reduzir custos a longo prazo e até trocar dívidas caras por mais baratas.
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Para o consultor financeiro e blogueiro do Valor Investe Marcelo D’Agosto, existem duas circunstâncias claramente positivas para pegar empréstimo. A primeira é para gerar renda. A segunda é se você conseguir reduzir o custo da dívida dando alguma garantia.
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Resumo da notícia:
- Alerta. Tomar empréstimo não é recomendado, mas pode ser necessário
- Renda. Pode ser vantajoso para investir no seu negócio ou atividade profissional
- Estudo. Também é interessante para financiar a educação
- Dívida. Use se for para reduzir o prejuízo e ter parcelas menores
- Cartão e cheque especial. É útil fugir desses juros com um crédito mais barato
- Imóvel. Há bens que só um financiamento pode ajudar a comprar
Uma das regras mais importantes das finanças pessoais é não pegar empréstimo. Evite o quanto puder esse tipo de transação. Mas nem tudo é preto no branco. Existem momentos específicos em que o crédito pode ser bem-vindo, desde que seja tomado com muito cuidado, avaliando direitinho as taxas e condições de pagamento.
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Antes de tomar empréstimo, tente se organizar para honrar todas as parcelas e não se enrolar mais ainda. Veja 5 situações em que o crédito faz mais bem que mal:
1. Geração de renda
Para a planejadora financeira Luciana Ikedo, quando o empréstimo fora para abrir um negócio ou incrementar uma atividade, ele pode valer muito a pena. Ela alerta que, nesses casos, o melhor é abrir uma microempresa para ter acesso ao microcrédito e juros e condições especiais.
Embora seja até recomendado, esse tipo de transação não deve ser feita sem um plano de negócios. O tomador de empréstimo deve conhecer o ramo em que atua para calcular se as parcelas caberão no orçamento.
Exemplos:
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- Um fotógrafo que quer investir em equipamento mais sofisticado
- A compra de um carro para virar motorista de aplicativo
- Uma confeiteira que vai comprar um forno maior que vai produzir e vender mais
“A pessoa tem que pegar a linha certa de crédito. Um crédito pessoal parcelado não é adequado para um negócio. Ele deve pegar um microcrédito para começar. Temos inúmeras opções no mercado hoje. Os custos são muito menores porque geralmente o microcrédito é subsidiado. Tem programas legais, até em fintechs. Na pessoa jurídica, o crédito é essencial para o crescimento do negócio”, afirma.
Para quem acha que formalizar a empresa custa caro, Luciana discorda. Com um registro do microempreendedor individual (MEI), é possível ter alíquotas melhores de imposto de renda e incentivos para contribuir com o INSS, que acaba dando uma segurança a mais para imprevistos.
2. Financiar os estudos
Como todo investimento, a educação também traz riscos. Você pode pagar um curso caro e sequer conseguir um emprego na área. É verdade. Mas esse tipo de investimento vem provando ter bons retornos.
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Em momento de cortes de bolsas no ensino superior, o estudante pode precisar encontrar outros meios de financiar a educação. Além do próprio Fies, há opções de linhas de crédito com juros diferenciados para estudantes.
“Penso que vale a pena quando se tem acesso a linhas educacionais baratas. É um endividamento que pode ser positivo. Sempre que avaliamos o endividamento temos que ir um pouco além do hoje e agora. A cada nível educational, há incremento da renda”, afirma a planejadora Luciana Ikedo.
3. Dívidas caras e empréstimos com juros baixos
Imprevistos acontecem. O ideal é ter um colchão para esses momentos de queda abrupta. Por isso a importância da reserva de emergência. Mas como nem tudo sai como o planejado, uma dívida alta pode aparecer. Às vezes é a conta do hospital ou a queda de um contrato que gera multa.
Nesses casos, pode ser vantajoso buscar linhas de crédito mais baratas para quitar uma dívida. Se os juros do empréstimo forem menores que os de alguma dívida, vá em frente.
Aproveite o momento de taxa básica de juros (Selic) nos patamares mais baixos da história para renegociar uma dívida ou fazer portabilidade de crédito. (Saiba como reduzir os juros da sua dívida)
“Faz sentido quando se consegue uma parcela menor para que haja fôlego para quitá-la. Também pode ser apropriado juntar todas as dívidas numa única dívida com prazo mais alongado e parcelas menores. O somatório de várias parcelas com fluxos desencontrados pode prejudicar no planejamento”, argumenta Luciana.
4. Fugir dos juros do cartão e do cheque especial
Os vilões do mundo do crédito (rotativo do cartão crédito e o cheque especial) são justamente as modalidades que oferecem mais facilidade. Eles possuem juros que podem superar os 300% ao ano. Se você entrou nessa e não sabe quando vai conseguir quitar a dívida, tente buscar outra solução.
O crédito consignado, por exemplo, costuma ser muito mais barato. O ideal é negociar com o banco para acertar as contas. O mais importante, no entanto, é se planejar melhor para não voltar a usar essas linhas de crédito.
“Não se deve pedir um empréstimo antes de usar o cheque especial. Só se já entrou no cheque especial e quer sair dele, deve procurar um empréstimo. Quando a pessoa não tem reserva de emergência é um risco forte que se endivide com as piores dívidas possíveis. Sempre é importante manter uma reserva”, afirma Luciana Ikedo.
5. Comprar um imóvel
Se você já fez as contas e descobriu que, no seu caso, comprar vale mais a pena que alugar uma casa (ou se este é seu sonho), o financiamento pode ser o único meio de conseguir atingi-lo. Por serem bens muito caros, muitos imóveis só são vendidos a prazo.
Por mais que o pagamento de juros seja alto (justamente porque o prazo é longo), o financiamento de um imóvel pode até ajudar a manter as contas em dia. Há ainda de se considerar o perfil de cada um. Algumas pessoas são excelentes em pagar boletos e manter as contas em dia, mas têm dificuldades de guardar a grana ou investir.