Do g1 - O comerciante Gilmar Sampaio da Silva, de 50 anos, pode ter sido contaminado com o vírus da raiva após ser mordido por um cachorro em sua fazenda. Ele passou 20 dias internado antes de m0rrer, na noite de domingo (10).
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A família acredita que a contaminação com o vírus da raiva aconteceu no dia 2 de outubro, quando o comerciante foi até a propriedade rural e encontrou um cachorro que não era do local.
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O sobrinho do comerciante, Roberto Sampaio, contou ao g1 que o tio queria pegar o animal para levar à cidade e ver se alguém o adotaria, mas acabou sendo mordido quanto tentou colocá-lo na caminhonete.
Ainda de acordo com a família, Gilmar foi até o Hospital Regional de Alvorada no mesmo dia, mas acabou não recebendo atendimento e a vacina antirrábica. Foi somente orientado a lavar o ferimento. "Foi na farmácia, comprou uma pomada, ele fez assepsia na hora lá no local, lavou, passou álcool", comentou sobrinho.
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Sobre a falta de atendimento a Gilmar no Regional de Alvorada no dia em que ele foi mordido, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que não foi notificada sobre o atendimento dispensado ao paciente e pontua que não compactua com quaisquer atitudes que diferem do atendimento humanizado.
Cerca de 15 dias depois, Gilmar começou a apresentar sintomas gripais. Houve também a suspeita de que ele teria sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), pois logo percebeu que havia um comprometimento na locomoção e fala.
Exames não acusaram o AVC, mas os sintomas aumentavam mesmo após ele ficar em observação.
Como Gilmar não conseguia falar direito, Roberto levou o tio, a tia e as primas em uma consulta neurológica. Foi durante uma conversa informal que o episódio da mordida do cachorro foi citado, segundo o sobrinho.
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"Ela [a médica] pediu pra ver, já estava até cicatrizado e ela o mandou para o hospital regional pra fazer uma punção. E de lá os sintomas começaram a evoluir e já começou antes do resultado chegar a tratar como raiva", relembrou, afirmando que nesse momento o tio salivava muito, mas estava consciente.
A internação em Gurupi foi no dia 22 de outubro e segundo a filha Marly Mariany Sampaio Mendes, a família sabia da gravidade da raiva humana. "Todo tempo os médicos disseram que a doença era algo gravíssimo, mas com passar dos dias meu pai estava respondendo muito bem, estava estável na UTI, então fomos criando expectativa", disse.
Tratamento e óbito
No Hospital Regional de Gurupi, Gilmar passou por protocolos pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Inclusive, foram ministrados medicamentos especiais de origem americana.
"Começou com quatro comprimidos, foi para oito depois pra dezesseis, mas depois da administração desse medicamento ele teve uma piora, porque ele estava durante todo esse tempo com os sinais vitais estáveis, a saturação 100%, a pressão 12 por oito, a função renal funcionando perfeitamente", explicou o sobrinho.
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Mas apesar dos esforços, Gilmar m0rreu no último fim de semana. A despedida ocorreu na segunda-feira (11).